segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Fusão OPCA/Sopol



Novo Grupo quer ser líder de mercado

Construção, Cerâmicas, Indústria, Concessões e Imobiliário são as cinco grandes áreas da actividade da nova holding;

Novo Grupo será presidido por Filipe Soares Franco

Um novo Grupo empresarial com uma nova marca vai surgir no mercado da construção civil e obras públicas no próximo dia 1 de Janeiro de 2008, fruto do processo de fusão da OPCA e da Sopol agora em fase de ultimação.

O futuro Grupo, que será presidido por Filipe Soares Franco, consolidará uma posição cimeira no ranking nacional do sector, ambicionando lutar a breve prazo pela liderança do mercado.

Com a nova identidade ainda numa fase de desenvolvimento, o novo Grupo nascerá de um aturado processo de integração/fusão que tem estado a ser desenvolvido, com o apoio de consultores especializados, ao longo dos últimos meses, de forma a optimizar as sinergias e a seleccionar as melhores práticas de cada uma das entidades que agora se fundem, “exportando-as” para a nova estrutura a criar.

Segundo Filipe Soares Franco, o novo Grupo pretende vincar no mercado uma posição muito mais forte do que a resultante do simples somatório dos potenciais desta fusão, já que o cuidadoso processo de integração em curso potencia ganhos substanciais de escala, de massa crítica, de operacionalidade e de eficiência.

Embora algumas opções estratégicas relativas à futura organização estejam ainda em fase final de decisão, encontram-se já definidas as cinco grandes áreas de actividade da nova holding a sair da fusão do Grupo OPCA com a Sopol, assim como também já estão escolhidos os nomes dos responsáveis que dirigirão cada uma dessas áreas.

Para além de presidir à holding, Filipe Soares Franco terá a seu cargo directo a área do Imobiliário, cabendo a presidência da área da Construção a Jorge Grade Mendes, que anteriormente presidia à Sopol. Será nesta área, a principal do novo Grupo, que os efeitos da fusão terão maior incidência e onde haverá maiores alterações. As restantes três áreas, sem grandes novidades face à anterior organização do Grupo OPCA, são as Cerâmicas, entregues a Jorge Veiga, a Indústria, liderada por Mário Rui Matias e a área de concessões, onde aguarda a autorização do Estado para concentrar as participações da OPCA na ES Concessões, entidade que agrupa as participações do BES na área das Concessões e que, recorde-se, anunciou que está a constituir uma parceria com o Grupo Mota-Engil para a área das concessões de transportes. O grupo OPCA estará representado na ES Concessões pelo administrador-executivo André Riscado.

Diversificação de actividades e internacionalização

Esta estrutura organizativa acaba por seguir de perto o modelo estratégico que vinha sendo desenvolvido no Grupo OPCA, que nos últimos anos deixara de ser uma mera empresa construtora e passara a apostar na diversificação de actividades e serviços, nomeadamente através da aquisição de empresas em áreas como as cerâmicas, os mármores ou o pré-fabricado, constituindo-se como um verdadeiro grupo empresarial com presença reforçada em negócios como o imobiliário ou as concessões rodoviárias, isto para além de um especial investimento na internacionalização.

O futuro Grupo empresarial saído da fusão consolidará, portanto, uma visão abrangente do negócio da construção e das obras públicas, apostando não só em actividades e serviços conexos, mas dando também especial atenção ao processo de internacionalização, com um enfoque nos mercados espanhol e africano.

Sobre o processo da fusão, Filipe Soares Franco salienta o empenhamento revelado por todos os colaboradores da OPCA e da Sopol chamados a intervir directamente nos trabalhos de preparação da integração das duas empresas, sublinhando ainda que todo o processo tem decorrido de forma transparente e com constante fluxo interno de informação sobre as decisões que vão sendo adoptadas, procurando-se assim minimizar os efeitos da natural ansiedade que as dúvidas e preocupações geradas por processo deste género sempre provocam no universo dos colaboradores abrangidos pela mudança.

Recorde-se que a aquisição da totalidade do capital da Sopol pela OPCA recebera luz verde da Autoridade da Concorrência em Fevereiro deste ano, consumando-se assim um importante passo na reforço da recente estratégia de crescimento desenvolvida pelo Grupo liderado desde o ano 2000 por Filipe Soares Franco, isto precisamente no ano em que a OPCA completa 75 anos de vida.

A SOPOL, com cerca de 300 colaboradores e uma facturação que ronda os €130 milhões, apresentava-se como uma empresa construtora generalista que tem assegurado bons níveis de crescimento na última década, durante a qual esteve integrada no Grupo A. Silva & Silva, tendo ainda mantido, entre 1999 e 2006, uma parceria com a poderosa empresa espanhola Dragados.

Um grande diálogo interno e objectivos ambiciosos

Daí que o actual processo de integração/fusão da Sopol represente um momento culminante no trajecto de um Grupo que ostenta uma grande ambição de crescimento e pretende atingir uma facturação de € 1 000 milhões rapidamente, de forma a ganhar dimensão e a poder interessar outro tipo de accionistas no projecto, nomeadamente através de uma eventual entrada na Bolsa de Valores.

Objectivos certamente impensáveis quando a equipa liderada por Filipe Soares Franco assumiu o controlo da OPCA em 2000, então a necessitar de inverter uma situação económica complicada, com um passivo de várias dezenas de milhões de euros e uma conta de exploração negativa.

Foi pois necessário encetar um “tratamento de choque”, que passou por um grande diálogo interno e pela galvanização dos trabalhadores da empresa de forma a racionalizar a organização e a conter os custos.

Para tal, havia que não olhar apenas para área da construção, mas também para todos os sectores de actividade correlacionados com esta área de negócio, procurando assim aumentar a rendibilidade dos capitais gerados.

Foi neste contexto que, aproveitando oportunidades de negócio consideradas compatíveis com a estratégia de crescimento do grupo empresarial, foram feitas aquisições nas áreas dos pré-fabricados (Pavicentro), das mármores (Marmetal /Margrimar) e das cerâmicas (Aleluia), sendo que só nesta última área a OPCA passou a controlar um volume de negócios da ordem dos € 50 milhões, mais de metade dos quais referentes à exportação.

Outra aposta estratégica foi concretizada na área da promoção imobiliária com a reactivação da GEOTRÊS, empresa que tem por objectivo especializar-se em segmentos muito específicos de gama alta e de luxo, ou seja, projectos de grande qualidade em zonas nobres de Lisboa, Cascais, Oeiras, Porto ou Algarve.

Quanto ao processo de internacionalização, e dentro de uma lógica de dar preferência a países onde seja mais fácil conhecer a língua, o direito, a cultura e a política locais, os mercados africanos e espanhol surgem, obviamente, como os mais naturais para o processo de expansão da OPCA. Assim, para além do reforço da actividade em Angola e Cabo Verde e dos projectos em estudo para S. Tomé e Congo, ressalta a aquisição, já em 2007, da construtora espanhola Sarrion, uma empresa com bons projectos e bons quadros que pode gerar múltiplas sinergias com a OPCA e abrir-lhe novas perspectivas e oportunidades de negócio.

É pois este diversificado grupo empresarial, com uma facturação anual que ronda os € 510 milhões, que reúne condições excepcionais para se afirmar a breve prazo como um líder no mercado nacional da construção e obras públicas.